júlia era aquele tipo de mulher que dizia que vida doméstica ficou para os gatos. era uma mulher livre, e não acreditava no amor sólido, pois dizia que o que é sólido quebra, desmancha, então preferia os amores liquidos, se servindo sempre em grandes goles diariamente, e assim se embebedava deixando escorrer pelos lábios e pelo corpo. júlia destilava veneno na sua voz rouca, era lasciva, e tudo que desejava, conseguia. ela já havia pisado em muitos corações com seus sapatos de arame, e já sabia a medida certa da crueldade. ela era uma mulher sem disfarces, e de pudica não tinha nada. gostava de ir sempre no mesmo bar, e quando entrava, todos os olhares masculinos se voltavam pra ela. ela tinha estatura mediana, cabelos castanhos escuros, curtos, lisos e cintilantes, andava sempre com vestidos esvoaçantes na altura do joelho, e quando ela caminhava eles delineavam sensualmente seu corpo. júlia lembrava uma flapper girl da década de 20. era mulher de sentar sozinha no balcão e pedir vodca. mal colocava o cigarro entre os dedos, apareciam isqueiros à sua volta. júlia tinha um magnetismo que inspirava os poetas bêbados que frequentavam o mesmo bar. outros homens mais trogloditas a esticavam e a chupavam com os olhos. os cafajestes a cortejavam, e os mentirosos e malfodidos mentiam uns para os outros dizendo que já tinham trepado com ela. mas na verdade, poucos ousavam aproximar-se dela. o que ninguém sabia é que por trás daquele mistério, o seu coração era uma prévia de carnaval. ninguém sabia que o tesão fazia fibrilar o corpo de júlia, e que a luxúria era seu pecado original. ela não gostava de ser subestimada com baboseiras, e sexo pra ela tinha que ser abrupto, feroz, e pra sua infelicidade os homens tinham medo de lhe proferir sequer um 'oi', e quando a levavam pra cama, muitas vezes broxavam. ela não assumia o papel de dominadora, pelo contrário, ela adorava um sadismo saudável, embora isso não a fizesse menos cruel, na verdade, era exatamente quando ela prendia os homens na sua teia.
durante a vida toda júlia carregou um carma: assustava os homens.
quase todas as noites, cansada da solidão, júlia saía à procura de aventura, e numas dessas noites foi ao bar, vestida num vestido preto que dançava em seu corpo, com um salto que torneava bem suas pernas, usando seu perfume mais mortífero, e nessa mesma noite apareceu um homem que não era cliente habitual do bar, e sentou-se ao lado dela. pediu um whisky. eles se entreolharam. e sem ser vulgar, ela sorriu - júlia nunca era vulgar.
eles ficaram por algum tempo trocando furtivos olhares, e depois de algumas doses de whisky, ele puxou assunto - falou sobre a música que tocava na jukebox, e júlia sem perder a deixa engatou uma longa conversa sobre rock e poetas mortos. subitamente, o assunto acabou. era óbvio que os dois já sentiam um vapor escarlate percorrendo suas veias, e ele, sem perder tempo, de forma encantadora e ao mesmo tempo machista disse: daqui há 2 minutos no banheiro. ela mordeu lentamente os lábios, como se respondesse: sim. ele foi na frente, e ela logo atrás, meio que tentando disfarçar o tesão que explodia no seu olhar. em dois minutos estavam os dois se arranhando e se chupando como dois loucos. seus corpos pulsavam e ardiam numa febre descomunal. ele sabia exatamente o que fazer, e a virou de costas, deixando-a levemente inclinada. beijou seu pescoço, levantou seu vestido, e disse: abra as pernas pra mim - julia, trêmula, cedeu ao pedido, então ele a puxou contra ele, e o fez com tanta força, que a fez soltar um gemido abafado, dividida entre a dor e o prazer. ele respirava ofegante e a consumia com virilidade, enquanto ela soltava gemidos impossíveis de imitar. eles eram ali um macho e uma puta, uma sádica e um masoquista, e treparam até gozar como um césar em triunfo.
quando terminaram, as duas almas inquietas voltaram ao bar, tomaram mais alguns drinks e falaram mais um pouco sobre estandartes imorais e outras baboseiras. ele, iludido com a trepada, e abismado com a personalidade de júlia, acabou encantando-se por cada gesto e por cada palavra dita por ela. ele apaixonou-se pela sua nocauteante inteligência - que era uma das caracteristicas mais sexys de júlia - e enlouqueceu de paixão observando a forma suave com que ela segurava o copo de vodca e ao mesmo tempo gesticulava com o cigarro na outra mão. infelizmente pra júlia tudo isso era bobagem e ilusão. o amor pra ela era uma coisa barata e líquida, que ela bebia quando queria. júlia era assim. era livre pra ceder as tentações e aos seus desejos. e não queria mais do que isso. mal sabia ele que ela dedicava-se basicamente à satisfação saudável de sua luxúria.
júlia lamentava pelos pobres homens que tentaram conquistar seu amor, e o máximo que conseguiram foi sentir seu cheiro e provar seu gosto de fruta doce. júlia era egoísta, e a única coisa que ela amava, era o sexo, e muito mais ainda, a si mesma.
durante a vida toda júlia carregou um carma: assustava os homens.
quase todas as noites, cansada da solidão, júlia saía à procura de aventura, e numas dessas noites foi ao bar, vestida num vestido preto que dançava em seu corpo, com um salto que torneava bem suas pernas, usando seu perfume mais mortífero, e nessa mesma noite apareceu um homem que não era cliente habitual do bar, e sentou-se ao lado dela. pediu um whisky. eles se entreolharam. e sem ser vulgar, ela sorriu - júlia nunca era vulgar.
eles ficaram por algum tempo trocando furtivos olhares, e depois de algumas doses de whisky, ele puxou assunto - falou sobre a música que tocava na jukebox, e júlia sem perder a deixa engatou uma longa conversa sobre rock e poetas mortos. subitamente, o assunto acabou. era óbvio que os dois já sentiam um vapor escarlate percorrendo suas veias, e ele, sem perder tempo, de forma encantadora e ao mesmo tempo machista disse: daqui há 2 minutos no banheiro. ela mordeu lentamente os lábios, como se respondesse: sim. ele foi na frente, e ela logo atrás, meio que tentando disfarçar o tesão que explodia no seu olhar. em dois minutos estavam os dois se arranhando e se chupando como dois loucos. seus corpos pulsavam e ardiam numa febre descomunal. ele sabia exatamente o que fazer, e a virou de costas, deixando-a levemente inclinada. beijou seu pescoço, levantou seu vestido, e disse: abra as pernas pra mim - julia, trêmula, cedeu ao pedido, então ele a puxou contra ele, e o fez com tanta força, que a fez soltar um gemido abafado, dividida entre a dor e o prazer. ele respirava ofegante e a consumia com virilidade, enquanto ela soltava gemidos impossíveis de imitar. eles eram ali um macho e uma puta, uma sádica e um masoquista, e treparam até gozar como um césar em triunfo.
quando terminaram, as duas almas inquietas voltaram ao bar, tomaram mais alguns drinks e falaram mais um pouco sobre estandartes imorais e outras baboseiras. ele, iludido com a trepada, e abismado com a personalidade de júlia, acabou encantando-se por cada gesto e por cada palavra dita por ela. ele apaixonou-se pela sua nocauteante inteligência - que era uma das caracteristicas mais sexys de júlia - e enlouqueceu de paixão observando a forma suave com que ela segurava o copo de vodca e ao mesmo tempo gesticulava com o cigarro na outra mão. infelizmente pra júlia tudo isso era bobagem e ilusão. o amor pra ela era uma coisa barata e líquida, que ela bebia quando queria. júlia era assim. era livre pra ceder as tentações e aos seus desejos. e não queria mais do que isso. mal sabia ele que ela dedicava-se basicamente à satisfação saudável de sua luxúria.
júlia lamentava pelos pobres homens que tentaram conquistar seu amor, e o máximo que conseguiram foi sentir seu cheiro e provar seu gosto de fruta doce. júlia era egoísta, e a única coisa que ela amava, era o sexo, e muito mais ainda, a si mesma.
Muito bom isso aqui.
ResponderExcluirDesce mais um!!!!
Vou comemorar!
engraçado essa coisa dos nomes, na ficção ou na realidade , eles representam e falam, júlia, jú, nome de boneca, nesse caso, contorcionista do prazer. do seu prazer, volúpia, tornaria a sua identidade mais suave.
ResponderExcluirMuito bom.
Júlia é o que muita mulher sonha em ser... pelo menos em partes. Não viver por aí e sofrer por amor. É amar quando quer e ser puta de quem quiser.
ResponderExcluirAdorei o texto! *___*
Beijo, Luuuuuu!
Amor líquido é muito prático : quando não se tem vontade de beber, pode-se injetar na veia, e fica tudo certo.
ResponderExcluirA liberdade é, mesmo, do tamanho que a gente permite que ela seja. Para a Júlia, é do tamanho do mundo inteiro.
Bela estreia, Lu! Adoro ler-te.
Beijos,
ℓυηα
Arrasou como sempre Luna :)
ResponderExcluirAdorei o texto e adorei a Júlia.
beijos
Júlia! *tã na nã* Júlia! *ta na nã* Júlia!
ResponderExcluirLuna! tã na nã!
Etc.
JULIA
ResponderExcluirEla é uma mulher legal. Gosta de trepar.
Trepar é legal. Eu gosto de trepar e de mulheres legais. Logo, eu gosto da Júlia.
Curti o texto Luna. Está bem viceral! Parabéns! Estreou com estilo.
ResponderExcluirJulia gosta de amor líquido;
ResponderExcluirespero que ela não se afogue nele.
:D
Bom demais! *-*
Ainda estou pra decidir se encontrar uma mulher assim é sorte ou azar. Só vou descobrir depois da próxima dose, então desce outra aí.
ResponderExcluirJá dizia Clarice: "liberdade é pouco, o que eu quero ainda não tem nome"
ResponderExcluirJulia, é uma garota esperta, ama a si mesma.
Adorei!
Lendo Bauman, né, malandrinha?
ResponderExcluirTexto no mínimo foda (literalmente?), gostei demais porque a personagem ficou muito bem feita, parabéns. Isso sem falar que há uma Júlia que é bem importante pra mim e é uma pena que ela não seja assim.
júlia tem um lado que toda mulher deve ter um pouco!
ResponderExcluirum beijo.