domingo, 18 de abril de 2010

Eterna Busca Pelo Buraco

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A vida é essa busca eterna de encontrar um lugar pra minha pica. Um lugar onde possa meter, meter, e meter, até enjoar, para assim migrar para outro buraco. Ou então ter vários buracos ao mesmo tempo para poder meter. E então meter, meter, e meter nos vários buracos até não ver mais nenhuma graça neles e sair procurando buracos novos.

Tudo na vida é feito no intervalo dessa busca. Fazemos um intervalo para dormir, outro para trabalhar, e logo voltamos a procurar buracos. A vida seria mais fácil e simples se não tivéssemos que interromper a nossa busca com outras coisas, mais rapidamente iríamos chegar ao nosso objetivo buracal.

Na verdade, nada seria feito na vida se tivéssemos todos esses buracos à nossa disposição, pois ficaríamos metendo, metendo e metendo eternamente, até que cairíamos mortos de cansaço ou de fome. É possível que tenham existido (ou que venham a existir) civilizações que passaram por isso em algum momento, mas justamente por isso, elas desapareceram e não temos notícia delas. Não, não haveria documentação que provasse a sua existência; também, quem seria idiota de criar documentos escritos quando se pode foder ininterruptamente?

Provavelmente, nestas civilizações avançadas, as mulheres seriam referidas como Buracos, pois esta seria a única função delas na sociedade. Elas, basicamente, ficariam nuas o dia todo com as pernas abertas, deitadas na cama. Quando algum homem quisesse, iria até lá e pica lá dentro. A qualquer momento. E as mulheres não iriam reclamar, afinal de contas, elas não teriam de fazer mais nada além disso. Seria um tanto fácil a vida pra elas. Quando algum homem se enfezasse, ele lutaria com alguns outros, mataria os outros, e carregaria a mulher para casa. Lá haveria uma jaula ou cofre onde a mulher seria guardada, toda feliz.

Haveria a disputa de qual mulher teria o melhor buraco. Programas teriam concursos sexuais nos quais celebridades fariam sexo com as concorrentes e depois debateriam, numa mesa redonda, qual buraco havia lhes proporcionado mais prazer.

Obviamente, numa sociedade dessas surgiriam casos como o de Canibrédis, pois a falta de sexo seria tão grave quanto a falta de ar.

Caminhando pela rua, Canibrédis gritava e esperneava. Batia palmas e cuspia no chão. Era grosso e escroto. De repente, percebeu que seu pênis havia cometido suicídio. Abaixou suas calças no meio da avenida e contemplou o morto. O pênis estava triste e sem sexo há muito tempo. Melancólico. É muito triste ver que um pênis está melancólico, e não se pode fazer muita coisa por ele além de foder. Mas Canibrédis não estava fodendo. Ele apenas ficava vagando pela rua cheio das drogas em seu corpo.

-Mas que felicidade da puta que o pariu.

Então ele arrancou seu pau e o jogou na rua, bem na frente de um ônibus, que o esmagou.

-A vida sem pênis vai ser melhor. Não vou precisar mais de trepar nem de mijar.

Ele ria das mulheres gostosas que passavam. E das privadas que encontrava; mandou arrancar a de sua casa e colocou um fliperama no lugar. Então se lembrou que ainda tinha cu. Precisaria de cagar. Foi imediatamente a um cirurgião plástico e fechou o seu cú. Pronto, agora estava tudo resolvido. O que mais alguém pode querer? A vida é perfeita.

Se lembrou que teria fome, pois ainda tinha boca. Voltou ao cirurgião e mandou fechar a boca.

-Mas como você vai falar e comer?
-A ideia é justamente acabar com esses problemas.

Com a boca tampada, cu fechado, e pau suicidado, sentiu-se feliz. Embora não muito. Ainda podia escutar muita coisa chata e sem graça. Encheu os ouvidos com cimento para não escutar mais. Para melhorar de vez, arrancou os olhos com uma faca e tampou as narinas com Durepox.
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4 comentários:

  1. "Com a boca tampada, cu fechado, e pau suicidado, sentiu-se feliz" rs
    Adorei a cronica do buraco, vivemos intensamente nessa busca.

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  2. Rafa, eu rachei o bico, eu morro de rir com estes absurdos apesar de que muitos vivem assim, de buraco em buraco.
    E tenho uma observação preocupante a lhe fazer... Você não possui superego.

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  3. Porra, genial, simplesmente genial.

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  4. Ai de mim se acham meu Buraco Escuro.

    E o Canibrédis... Aposto que tapou os buracos só pra alguém não sair metendo neles.

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