Fechava a janela e buscava o chinelo para eu não pisar no chão gelado... Tinha medo de que eu ficasse gripado. No quarto onde a cama, os lençóis, a parede... Tudo era manchado de amor, a gente se amava e suava e se enrolava.
Dizia para eu me cuidar, beber menos, parar de me tatuar e tomar os remédios só na hora certa... Eu sorria, fugia para a cidade. Voltava brincando e embaraçando a visão, fedendo a samba e sarjeta. Eu perdia um pouco dela sempre que eu fazia isso.
Dizia para eu tomar cuidado, me tatuar menos, parar de tomar remédios e beber só na hora certa... Ela chorosa forçou um sorriso e sumiu na cidade. Eu fiquei arrasado e bebi três dias sem parar. Eu perdi minha melhor parte nesse dia.
Ela era a única que enxergava através de mim, e hoje a gente nem se fala.
ai... chega doeu. :c
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