sexta-feira, 16 de abril de 2010

Madrugada

Ela nunca escreve nada sobre mim. Que agonia meu Deus! Faz mais de uma semana que estou acordado; e ninguém me diz nada! Ainda mais eu estando cru! Minha querida esquizofrênica. Eu tirava partido disso. Sabia que tinha o poder. Cuspia o amor... Que coisa mais enigmática. Presa dentro de uma cela de dentes. Seu suspiro apaixonado me atomizou. E até meus olhos sorriam de prazer. Te dedico todo o meu vocabulário. E ela sempre vai embora (sempre às 9 horas). E os meus castelos... Um a um eu os deixo cair. Tanta confusão só para eu parecer limpo. Totalmente dissecado, só assim você vê como eu me sinto? Meu anjo de cal. Os olhos. O sorriso. O cheiro de chuva. Seu corpo, as curvas. A tradução. A mais amada. Um não, eterno e tenso. Meu vazio imenso. Te mordo como quem beija. Sentia sua falta. Peguei um táxi em disparada. 4 caras 7 tiros. Dormi no banco traseiro de um Chevette sobre estilhaços de vidro. O que ele tem? Tão novo, sempre triste. Os meus males ninguém adivinha. Minha dor não cabe, não fala nem vive sozinha. Me quebrei em milhões de cacos em um sonho. E fui levado ao hospício aos gritos no canto de uma carroça. E hoje sou apenas fezes e entulho. Apesar de alguns esforços totalmente estéreis para eu voltar a pensar... Eu acabei assimilando perfeitamente a personalidade de um cão drogado. E na fase mais sombria da ressaca eu estava mais fodido que nunca. A comédia prosseguia a cada noite... Sem progresso algum. E eu me servia dessa depressão como um porco se serve de lavagem, mas como se ela tivesse seios que eu pudesse amassar, morder a boca e lamber o traseiro... Era algo sexual. E nesse labirinto cheio de armadilhas eu poderia testar minha capacidade ao sofrimento e estudar a progressão da minha doença. E ela nunca escreve nada sobre mim. Mas e capaz da maior compreensão. Branca com o olhar mais lindo do mundo. É só por ela que agito meu coração.

Ps1: Não é (só) uma péssima edição, o texto é desconexo mesmo. Além de ser velho.


Frase Laranja da sexta-feira:
"Comer é uma necessidade do estômago; beber é uma necessidade da alma"
Victor Hugo

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