Feito a poeira nos móveis/O tempo deixou uma casca aqui por cima/Passou ligeiro pelas saias-girassóis/Escorreu nervoso nos cabelos tingidos/Derrubou folhas, perfurou estátuas/E foi/Alguém não dança no baile da despedida/Desafiado/Perdeu todos os sonhos/Está atrás da máscara de pavão/É triste, como não?/Trouxe consigo o Blues que não toca/E toca somente uma canção, ele nem se lembra qual/Talvez por debaixo da ferida ainda sangre, mas por cima tudo era ausência.
Sopro
Não sei onde estão as horas
Os dias, os locais, o que fiz,
Quem beijei.
Nado vendado ao desencontro da ilha.
Só.
Deixo o som escorrer despercebido.
Esvai como nuvem vazia.
Os deixo sem.
Deixo-os um sopro.
Nunca os terei.
Blondie nos ouvidos. Não estamos animados para recomeçar o que não acabou. Estamos no meio, ainda giro no olho do furacão. Não entendo, preciso sair disso e olhar para as nuvens, descansar com a Rita os olhos no pasto, cantar como ela num backing vocal desafinado. Não estou errado quanto o que sangra em meus dedos aflitos. Um relógio adiantado, você já está lá. Te observo com meu binóculo moderno que te reflete como uma imagem distorcida de tudo meio-antes-depois. Você sente o que vou sentir, enquanto fico atrás assustado, você já debocha de tudo. Não cheguei, fiquei atrás aonde o sonho foi mais longe. Então não te tive como queria. Pelas metades, pelas beiradas das ruas e em seus olhos. Se você entendesse que não declamo para ninguém o que sempre te digo, grudaria em minha mão e não largaria jamais. Nunca mais fingiríamos. Quero casa. Feito naquela música Masculino, Femino, sabe? Do Erasmo? Sim. Nossa fama de mal vai bebidas abaixo quando a carência da falta de um bracinho nas costas se faz urgência em nossas vidas. Mal vividas. Pelos cantos, feito os nossos sorrisos falsos embriagados. Queria você aqui. Começando realmente, buscando fielmente um câncer no peito que preenchesse esse vazio de bazuca que causamos nesses últimos anos exaustivos. Sem o nosso instante de dois. E que possa ainda quando os fogos nos cegarem uma mãozinha doce apertar a minha esquiva solidão e por fim desaparecermos de todos os corpos alegres e mudos. Surdos entre túneis de nossa pele ardente de uma leveza estranha. Sempre nessa tentativa lúcida de medir tudo em leveza e
Genial, o tempo corrói, camufla as coisas a ponto de não conseguirmos reconhecê-las. Não sei se isso é bom, mas o fato é que tudo de que gostamos está num passado, irrecuperável.
ResponderExcluira gente tá seguindo :) adorei aqui! passa lá no nosso: http://cometoroomseven.blogspot.com .
ResponderExcluirGabriella Lima (http://cometoroomseven.blogspot.com)
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Disco repete e a paixão se esconde no refrão das músicas, sem coragem de abrir a boca.
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