domingo, 2 de maio de 2010

Festa na Usina Nuclear


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Acordei com o estrondo de uma estrela que explodia na constelação de Andrômeda. Saí de dentro do microondas, e rolei até o banheiro, onde urinei dentro da pia de luz néon. Desci para a rua me contorcendo no elevador, e fui caminhando na ponta de meus dedos (das mãos). Enquanto caminhava pela rua, um homem tentou me assaltar e lhe acertei um golpe com meu calcanhar direito, fazendo sua cabeça cair no chão, que nem uma fruta podre.

Chegando no prédio de Jasdgh, saltei até o vigésimo andar, e entrei pela janela. Dentro de seu quarto, vi que dormia flutuando sobre a cama.

-Que babaca - pensei.

Lhe golpeei, com a orelha esquerda, bem em seu períneo, de forma que ele flutuou para trás e bateu a cabeça na parede, abrindo um buraco que agora ligava o seu quarto à sala.

-Oi, Ctywaq, você já está aí - disse Jasdgh enquanto espancava a sua máquina de lavar roupa com sua bunda.
-Sim, acordei com um barulho e não consegui dormir mais - disse enquanto lambia o controle remoto da tv.
-Sabe a Pâncras? Ela nos chamou para uma festa hoje.
-Legal, onde vai ser?
-Na usina nuclear.
-Ai, que foda, adoro festas na usina nuclear. Vou usar seu banheiro.

Entrei no banheiro, era um belo banheiro aquele, com sua decoração de máquinas de tortura medieval e chicletes mastigados colados pelas paredes. Estava defecando quando gritaram de dentro da privada.

- Ei, sai daí! Levanta essa bunda cagada.

Tomei um susto e me levantei com um pedaço de bosta ainda entalado no meu orifício anal.

-Estava voltando para casa e me perdi. Fui seguindo por um caminha estranho e escuro. Começou a ficar úmido e fedorento. Quando vi, estava aqui.

Então gritei com horror e chutei a cabeça que saia de dentro da privada. Chutei, soquei. E peguei o martelo que estava em cima da pia. Dei muitos golpes até a cabeça se despedaçar. Dei a descarga.

-Ufa. Foi por pouco. Jasdgh, você pode pedir pra sua empregada limpar essa sujeira aqui? O banheiro ficou cheio de sangue e bosta - disse da porta do banheiro.
-Ok. Matrapalhy, vai limpar o banheiro, está muito sujo.

Matrapalhy engatinhou até o banheiro carregando a imagem de um bolo de fubá equilibrado em suas costas e abriu a boca. De dentro de sua boca saiu um líquido que voou até as sujeiras, de uma forma muito bela. Depois, o líquido misturado com a sujeira explodiu, destruindo o banheiro que logo depois se reconstruiu em questão de segundos.

-Obrigado, Matrapalhy. Pode voltar para a sua gaveta.
-Jasdgh, vou voltar para casa. Nos encontramos na festa da usina.

Nos despedimos socando nossos rostos calorosamente e saltei pela janela. Caí esmagando uma velha que tentou me molestar, tive que quebrar o seu braço em três pedaços. Caminhei pelas ruas agitando minha lança de guerra que tirei do bolso e recitando os versos perdidos que minha mãe escreveu enquanto estava grávida de mim.

Já dentro de casa resolvi me arrumar. Peguei um machado e comecei a destruir meu armário para que pudesse pegar alguma roupa. Passei algum tempo tentando me enforcar com as peças de roupa e passando creme de abacate nas golas das camisas, até encontrar uma que fosse do meu agrado. Para entrar na usina nuclear deveríamos usar roupas com uma temática extrema. A roupa que escolhi possuía grandes agulhas de enfeite, de forma que abraçando as pessoas poderia matá-las. Em comemoração à minha escolha cantei o hino da Desagregação Involuntária:

"Mas que força degenerativa
Torce os nosso membros
Não me lembro do que houve
Com a sua Iracema
Me passa um guardanapo
Minha boca está imunda
Eu lhe chutei o rosto
Foi por misericórdia
Estamos nos desagregando
Voluntariamente"

Depois de enxugar as lágrimas me perfumei com essência de carne moída e pendurei um vaso de plantas carnívoras no meu pescoço. Como já estava na hora da festa, abri um buraco na parede do meu banheiro e entrei dentro das minhas tubulações. Dessa forma chegaria mais rápido na usina.

Após me arrastar por dentro das tubulações por alguns minutos, cheguei na festa. Fui expelido pelo esgoto da rua e caí bem em frente à porta. Um cavalo muito bem vestido me pediu o convite. Desenhei num papel o rosto de um morcego sorrindo para uma laranja e ele me deixou entrar.

A usina estava belamente decorada, com alcachofras e fotos de pessoas sendo mutiladas. A música que o dj tocava era o som de porcos e formigas, mixados ao som de ovos sendo lançados contra uma parede de gelo e de uma pessoa roncando. Comecei a dançar, era algo muito inspirador. Alguém me disse que era proibido dançar ali e me acertou com um taco de baseball na cabeça. Quando acordei, catei os meus dentes que caíram e os guardei no bolso. Saí a procura de Jasdgh.

Jasdgh estava tranquilamente pendurado num trapézio, de ponta cabeça, bebericando seu vinho de feijão.

-Olá, Ctywaq, junte-se a nós.

Em volta de Jasdgh estavam algumas pessoas sofrendo ataques epilépticos e arrancando as próprias unhas, todas conversando alegremente. Conversamos durante 4 horas e meia sobre lóbulos de orelhas. Depois disso uma garota me puxou para um canto para fornicarmos. Mas seu hálito era horrível e assim que aproximou sua boca da minha desmaiei. Por falta de sorte, com a queda acionei o botão de auto-destruição da usina. Pelo que me contaram posteriormente, todos na festa ficaram muito alegres com as luzes vermelhas e as sirenes que começaram soar loucamente. Quatro segundos depois a usina explodiu e fomos todos lançados para fora de lá; acordei quando ainda estava no ar. Ao longe pude ver Jasdgh abraçado com uma garota, fazendo um sinal de "me liga", mas nem tive tempo de responder. Caí no terraço de meu prédio. Com a força da queda fui arrebentando os tetos de todos os andares, até que arrebentei o meu, de forma que caí em minha cama.

Enquanto vestia o pijama, olhei pela janela a cidade que se incendiava por causa da explosão da usina nuclear. Dei um salto mortal para trás e caí, já dormindo, em minha cama.
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5 comentários:

  1. maravilhoso, deliciosamente no-sense, EU não teria uma imaginação suficiente para passar creme de abacate nas golas, ou coisa parecida,não lembro.

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  2. huahuahuhau cidade perfeita

    certeza que você nasceu lá

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  3. e ah, voltei pra comentar a montagem tosca

    adorei! uahuahuahuahua

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