domingo, 28 de fevereiro de 2010
Fábula Kafkiana
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Franz Kafka estava em casa, trabalhando, se sentindo um inseto imundo, quando seu pai frio e opressor apareceu. Ele disse que Franz não deveria ficar o dia todo em casa trabalhando. Franz diz que o trabalho que faz é importante. O pai responde que dentro da sociedade esse trabalho não faz nenhuma diferença, e que se Franz morresse amanhã a sociedade não ia dar falta. Franz responde que mesmo assim deve concluir seu trabalho, senão será despedido.
O pai pega os papeis de Franz, amassa, e joga no lixo. "Eu gosto de balé. Hoje você vai dançar balé." Franz diz que não sabe dançar balé e que precisa muito trabalhar. "Eu sou seu pai, e você fará o que eu quiser".
Franz Kafka se vestiu de rosa e foi dançar balé. Ele dançava com muita graça, mas o cheiro de seu sovaco era extremamente forte, de forma que seus companheiros de dança não suportavam a sua presença e golpeavam a cabeça de Kafka com bastões de ferro.
Kafka ficava muito irritado, e como vingança, defecava no lanche dos colegas. Até que o professor de balé descobriu e obrigou Franz a se transformar em seu escravo sexual.
No momento em que Franz começou a se despir, entraram no recinto seus colegas de dança, que indagaram sobre o que estava havendo. O professor explicou a situação e os colegas ficaram muito irritados por descobrirem que estavam se alimentando das fezes de Franz.
Embora achassem que era uma pena muito dura transformar Franz em escravo sexual, uma suruba com todos os participantes se aproveitando de Franz seria o suficiente, na opinião dos colegas. Franz disse que estava arrependido do que havia feito, e que defecando no lanche dos colegas estava apenas descontando pelos golpes com os bastões de ferro. Ora, Franz não tinha controle sobre o cheiro de suas axilas, o que tornava injustas as cacetadas. Logo, de acordo com ele, estaria equilibrada a sua balança crime/castigo, e assim, não lhe cabia nenhuma punição.
O professor, que se agigantava diante de Franz, disse que ele devia ficar quieto, que não tinha direito de se expressar no momento. O professor e os colegas se reuniram num canto, longe de Franz, para debater o que deveria ser feito. Após alguns instantes, chegaram à conclusão de que iriam transformar Franz em escravo sexual. Após comunicarem a decisão a Franz, este indagou o motivo de tal decisão. Disseram: "Pois somos vários, e você apenas um, faremos o que quisermos com você".
Franz achou a decisão um tanto covarde e injusta, mas como não tinha poder de fazer mais nada, começou a defecar, na frente de todos. Depois, pegou as fezes e esfregou em sua boca, seu pênis e em seu ânus. Com o que restou, besuntou o resto do corpo e falou: "Então, quem vem primeiro?"
Chegando mais tarde em casa, Franz se arrastou até seu quarto e caiu no chão. Ainda pode ver do lado de fora o dia amanhecendo. Então se encolheu todo e de seu pulmão brotou um último suspiro.
Mais tarde a empregada entrou em seu quarto e o jogou no lixo. Depois limpou o quarto, que cheirava a fezes. O pai de Franz estava muito feliz e resolveu sair para caminhar. O dia estava bonito e ensolarado. Antes começar a caminhada, aproveitou e tirou o saco do lixo. Antes de jogar o saco no buraco do corredor do prédio, gritou dentro do saco, para Franz: "Por que não fez algo de útil e botou o lixo fora?".
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Fantástico ... mais Kafkiano impossível ...
ResponderExcluir#hermético ...
bjux
;-)
Muito Dogville esse texto.
ResponderExcluiradorei!
abraços
Nossa, meu, pqp!
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