domingo, 28 de março de 2010

A Minha Bigorna


A minha bigorna cantou uma ária de Puccini com com muita elegância.

Depois me disse que estava esperando um filho. Abriu sua vagina e me mostrou o feto de bigorna que havia dentro de seu útero: uma pequena bigorninha.

Me contou sobre o seu passeio no parque. Como correu por entre as árvores, brincando com os cachorros que lá estavam e com os esquilinhos. Também brincou com algumas crianças, a minha bigorna adora crianças. Brincou de jogar bola e de esconde-esconde.

Ela disse que havia dormido muito bem naquela noite. Estava tendo problemas de insônia, mas tomando os remédios indicados pelo médico estava adormecendo com facilidade. "É a ansiedade", dizia.

Minha bigorna gosta de filmes românticos. Sempre se emociona quando os casais conseguem ficar juntos no final. É muito sentimental.

Ela também gosta muito de luta livre, de ver o sangue, os osso quebrados. Ela grita e gesticula em frente à tv.

Trabalha num escritório de advocacia. Nunca perdeu um caso. Se dedica de corpo e alma ao trabalho.

Nas horas vagas pratica ginástica olímpica. É uma bigorna muito elástica. Os outros atletas a invejam. Talvez participe da próxima Olimpíada.

Está escrevendo um livros de memórias. Minha bigorna viveu coisas que até Deus duvida.

Está ficando enjoada de pular de paraquedas. Quer algo mais emocionante.

Adora comer. Embora goste muito de junk-food, procura comer coisas mais saudáveis, não quer ter problemas de circulação quando for mais velha.

Na revista Forbes foi considerada uma das bigornas mais importantes do mundo, está entre as 20 primeiras.

Ela não vê sentido em fazer o que não se tem vontade de fazer. Vive pelas suas paixões.

Provavelmente foi a bigorna mais feliz que já existiu.

Minha bigorna amou e foi amada.
Solucionou os problemas da paz e da fome mundial.
Me olhou com os olhos marejados de lágrimas e sorriu.
Levantou voo e viajou até o fim do universo

(E foi utilizada para malhar e amoldar metais)
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